Diversidade de gênero e sexualidade na docência de música: um estudo com professores/as de música da educação básica
Resumo
Este artigo tem por finalidade apresentar os resultados da pesquisa de mestrado que teve como objetivo geral compreender como professores/as de música da educação básica vivenciam a diversidade de gênero e sexualidade na docência de música. Esta pesquisa está fundamentada nos coneitos de gênero e sexualidade no campo da educação e da educação musical. A estratégia de investigação adotada foi o grupo de discussão que obteve a colaboração de professoras/es de música de escolas de educação básica de Porto Alegre e região. Os resultados deste estudo indicaram que a aula de música é um tempo-espaço generificado e ambiente sexualizado, por meio da música vivenciamos nossas identidades de gênero e sexualidade e por meio do gênero e da sexualidade, criam-se ordenamentos na prática musical e para prática educativo-musical. Acrescenta-se ainda o entendimento, que no convívio entre diversidades de gênero e sexualidade na escola, é que aprendemos a entender a diversidade.
Downloads
Referências
BRASIL. Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Brasília, DF: Senado, 1988.
_______. Lei n. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Diário Oficial da União, v. 134, n. 248, 1996.
_______. Lei n. 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 2014.
_______. Base Nacional Curricular Comum. 3a Versão. Brasília: MEC, 2017.
DENORDO et al. Establishing Identity: LGBT Studies & Music Education – Select Conference Proceedings. Bulletin of the Council for Research in Music Education, v. 188, p. 9-64, 2011.
EROS, John. Instrument Selection and Gender Stereotypes. Update: Application of Research in Music Education, v. 27, n. 1, p. 57–64, 2008.
FERNANDES, Karina Nonato; REINA, Fábio Tadeu; MOKWA, Valéria M. N. F. A música na sala de aula: reflexões sobre sexualidade na educação básica. Revista Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 10, n. 6, p. 1661-1672, 2015.
FREER, Patrick. Two Decades of Research on Possible Selves and the ‘Missing Males’ Problem in Choral Music. International Journal of Music Education. v. 30, n. 2, p. 17–30, 2010.
FITZPATRICK, K. R; HANSEN, E. “Off the radar”: Reflections of Lesbian and Gay undergraduates on their experiences within high school music programs. Bulletin of the Council for Research in Music Education, No. 188, 2011.
FURMAN, Lisa. J. The personal and professional life experiences of three lesbian middle and high school instrumental band conductors. Doctor of Philosophy (Music Education) – University of Michigan, Michigan, 2012.
GODOI, Christiane Kleinübing. Grupo de Discussão como Prática Grupal de Pesquisa Qualitativa: possibilidades abertas aos estudos organizacionais, Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 55, n. 6, p. 632-644, dez. 2015.
GREEN, Lucy. Music, gender, education. Cambridge University Press, 1997.
HANSEN, Erin M. Roles of Music Making in the Lives of Sexual and Gender Minority Youth. Doctor of Philosophy (Music Education) – University of Michigan, Michigan, 2016.
HARRISON, Scott. D. A perennial problem in gendered participation in music: What’s happening to the boys? British Journal of Music Education, 24, p. 267-280, 2007.
HAYWOOD, Jennifer. LGBT self-identity and implications in the emerging music education dialogue. Bulletin of the Council for Research in Music Education, v.
, p. 33-38, 2011.
JUNIOR, I. B.; MAIO, E. R.. O. Corpo, gênero, sexualidades e educação. In: FERRARi, Anderson; RIBEIRO, Cláudia Maria; CASTRO, Roney Polato de; BARBOSA, Vanderlei. (Org.). Corpo, gênero e sexualidade. 1 ed. Lavras: Universidade Federal de Lavras, 2014. v. 1. p. 97-120.
KOZA, J. E. Big boys don’t cry (or sing): gender, misogyny, and homophobia in college choral methods texts. The Quarterly Journal of Music Teaching and Learning, v. 4, n. 4, p. 48-63, 1994.
LACORTE, Simone Recôva. Música popular na escola: juventude, gênero e performance. In: Anais do XVIII Congresso Nacional da Associação Brasileira de Educação Musical e 15o Simpósio Paranaense de Educação Musical, Londrina, 2009, p. 793-799.
LOURO, Guacira Lopes. Corpo, Escola e identidade. Educação & Realidade, n. 25, p. 59-75, jul/dez. 2000.
_______________________. Pedagogias da sexualidade. In: LOURO, Guacira Lopes (Org.). O corpo educado: pedagogias da sexualidade. 3. ed. Belo Horizonte: Autêntica, 2016. p. 7-35.
_______________________. Gênero, sexualidade e educação: uma perspectiva pós-estruturalista. 6 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2003.
MEINERZ, Carla Beatriz. Grupos de Discussão: uma opção metodológica na pesquisa em educação. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 36, n. 2, p. 485-504, maio/ago. 2011.
MEYER, E.; SOARES, R. F. R. Corpo, gênero e sexualidade: desafios para a educação escolar. In: MEYER, D. E. E. et. al. (Orgs.). Saúde, sexualidade e gênero na educação de jovens. Porto Alegre: Mediação, 2012. p. 41-48.
PAGES, Tamiê; WLLE, Regiana Blank. Educação Musical e Gênero: um estudo a partir do olhar de adolescentes sobre as mulheres. In: CONGRESSO NACIONAL DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE EDUCAÇÃO MUSICAL, 23., 2017, Manaus. Anais... Manaus: ABEM, 2017.
PALKKI, J; CALDWELLl, P. “We are often invisible”: A survey on safe space for LGBTQ students in secondary school choral programs. Research Studies in Music Education, v. 40, n. 1, p. 28–49, 2018.
PALKKI, Joshua. “Negotiating the closet door”: The lived experiences of two gay music teachers. Visions of Research in Music Education, v. 26, p. 1-36, 2015.
PORTO ALEGRE (RS). Lei n. 11.858, de 25 de junho de 2015. Institui o Plano Municipal de Educação (PME). Porto Alegre, 2015.
RIBEIRO, J. L. D.; NEWMANN, C. R. Estudos qualitativos com o apoio de Grupos Focados. In: SEMANA DE ENGENHARIA DE PRODUAÇÃO SUL-AMERICANA, 6., 2006, Florianópolis. Anais... Florianópolis: SEPROSUL, 2006. s/p.
RIO GRANDE DO SUL. Plano Estadual de Educação. 2014.
SEFFNER, Fernando; SILVA, Luciano Ferreira da. Canetas coloridas ou mini-skates? Coisas de meninas e coisas de meninos na cultura escolar. MÉTIS: história & cultura, v. 13, n. 26, p. 31-60, jul./dez. 2014.
SENKEVICS, A. S. Gênero, família e escola: Socialização familiar e escolarização de meninas e meninos de camadas populares de São Paulo. 215 p. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo, São Paulo/SP, 2015.
SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Educação & Realidade, Porto Alegre, v. 20, n. 2, p. 71-99, jul./dez. 1995.
SILVA, Helena Lopes da. Música no Espaço Escolar e a Construção da Identidade de Gênero: Um Estudo de Caso. Dissertação (Mestrado em Música) – Programa de Pós-Graduação em Música, Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2000.
SIEDLECKI, Vivian Regina. A diversidade de gênero e sexualidade na perspectiva de licenciados/as em música. Tese (Doutorado em Música) – Programa de Pós-Graduação em Música, Instituto de Artes, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2016.
VINUTO, Juliana. A amostragem em bola de neve na pesquisa qualitativa: um debate em aberto. Revista Temáticas, Campinas, v. 22, n. 44, p. 203 -220, ago./dez. 2014
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Os(As) autores(as) que tiver(em) seu texto manuscrito aprovado deverá(ão) enviar à Editoria da REVISTA uma Carta de Cessão (modelo enviado no ato do aceite), cedendo os direitos autorais para publicação, em regime de exclusividade e originalidade do texto, pelo período de 2 (dois) anos, contados a partir da data de publicação da REVISTA.
DECLARAÇÃO DE ORIGINALIDADE E EXCLUSIVIDADE DE CESSÃO DE DIREITOS AUTORAIS
Declaramos que os artigos presentes na REVISTA DA ABEM são originais e não foram submetidos à publicação em qualquer outro periódico nacional ou internacional, quer seja em parte ou na íntegra. Declaramos, ainda, que, após um artigo ser publicado pela REVISTA DA ABEM, ele não poderá ser submetido a outra forma de publicação, no prazo de dois anos. Passado esse período, a REVISTA DA ABEM cede direitos aos(às) autores(as) para publicarem o texto em livros ou outro periódico, desde que haja autorização do Conselho Editorial.
Também temos ciência que a submissão dos originais à REVISTA DA ABEM implica transferência dos direitos autorais da publicação digital e, a não observância desse compromisso submeterá o(a) infrator(a) a sanções e penas previstas na Lei de Proteção dos Direitos Autorais (nº 9610, de 19/02/98).